Vivemos rodeados de coisas, de objectos, de porcarias que compramos, de coisas que nos dispersam, que nos distraem, objectos que não nos completam e nos afastam do que queremos.
Foi algo que sempre me fez muita confusão quando crescia. Via na minha familia e nos meus amigos situações que não faziam muito sentido. A Maria com os seus armários de loiças que nunca usa mas que perde o domingo inteiro a limpar. A Luísa, que têm uma sala de jantar que nunca usa. O João que guarda a papelada todas dos ultimos 20 anos, que nunca mais vai voltar a usar. A Madalena que tem um armário de roupa que não usa e não irá voltar a usar, mas passa a primeira semana de férias a lavar, engomar e arrumar tudo, nas suas limpezas de verão. E eu, que apesar de muito contido, acumulava objectos desnecessários.
Foi algo que sempre me fez muita confusão quando crescia. Via na minha familia e nos meus amigos situações que não faziam muito sentido. A Maria com os seus armários de loiças que nunca usa mas que perde o domingo inteiro a limpar. A Luísa, que têm uma sala de jantar que nunca usa. O João que guarda a papelada todas dos ultimos 20 anos, que nunca mais vai voltar a usar. A Madalena que tem um armário de roupa que não usa e não irá voltar a usar, mas passa a primeira semana de férias a lavar, engomar e arrumar tudo, nas suas limpezas de verão. E eu, que apesar de muito contido, acumulava objectos desnecessários.
A primeira vez que mudei de casa, consegui fazer tudo caber na mala de uma carro. Passados dois anos, nova mudança, mas desta vez já foram preciso várias viagens de carro. Foi nessa altura que parei para reflectir um pouco se necessitava de tudo aquilo. Não foi preciso muito para perceber que mais de metade do que tinha não usava nem tão cedo iria precisar, no entanto, todas esses objectos que não precisava faziam-me gastar dinheiro e tempo.
Começei lentamente a livrar-me da minha tralha. Chamo aqui tralha a tudo o que não uso, que não é essencial e que não ofereçe valor à minha vida. Aquela roupa que já não se usa, aqueles sapatos que já foram substituidos mas que nunca chegámos a deitar fora, o computador velho que ainda ocupa espaço em cima da mesa e todas as semanas é limpo, todas as coisinhas pequenas que não servem para nada.
Não é um processo fácil. Depende muita da forma como cada qual encara a vida. Eu consegui, sem grande sentimalismo, desfazer-me de grande parte dos meus objectos. Mas para a minha esposa tornou-se um processo muito pesado e que nunca foi capaz de realizar. Passados dois anos ainda vamos aos poucos removendo o que não usamos por aqui.
Temos hoje uma casa mais simples, mas ninguém diria que é uma casa minimalista. Não é uma casa fria, é uma casa quente e acolhedora, com os objectos normais que se vêm em cada casa, mas mais prática.
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