06 agosto 2013

Olhar para trás


Passados alguns meses de tentar levar um pouco mais a sério esta caminhada pelo modo de vida minimalista, parei um pouco para pensar, olhar para trás e ver onde estava quando começei e onde estou agora.

Para ser honesto, estou longe daquilo que esperava. Muito longe ? Não sei bem. Não defini propriamente uma meta. Mas esperava estar já num outro nível.

Penso que o maior desafio que enfrento é a capacidade de ser minimalista num mundo não minimalista, numa casa não minimalista, rodeado de pessoas não minimalistas. Tenho de aprender a conviver melhor com esta situação. Tenho de aceitar melhor.

A familia aumentou. Cá em casa somos agora um casal com dois filhos e um cão, em vez de apenas um filho. Naturalmente, não pratico nenhuma ideia de minimalismo com os meus filhos. O quarto deles é uma explosão de roupa e os brinquedos acumulam-se a cada canto da casa, o que me deixa sempre muito feliz.

A minha presença na casa, em termos de objectos é miníma. Se tivesse que medir o espaço que utilizo, ou melhor, onde repousam os meus objectos, reduzia-se a um canto do guarda-fato, 3 gavetas e uma éspecie de secretária onde repousa um computador. As gavetas são usadas apenas para não estarem vazias, uma vez que não tenho quase nada nelas. Tenho tralha guardada no sotão. Tralha para a qual ainda não arranjei tempo para me desfazer sem a opção óbvia de deitar fora.

Tento não vender estas ideias do minimalismo a ninguém, com a excepção da minha esposa, a qual nunca comprou a ideia, apesar de ver preto no branco algumas vantagens. Não a censuro.

Voltei atrás em algumas decisões que tinha feito em prol do minimalismo. Vivemos alguns meses sem carro, mas passado seis meses, voltámos a ter carro. Não sei se voltei atrás por estar cansado de ouvir a familia, colegas e amigos chatearam-me constantemente pela falta de carro ou se voltei a ter porque sentia falta do conforto de pegar no carro e ir para qualquer lado. Em ultimo caso, o argumento de que tinhamos agora dois filhos acabou por pesar na decisão final.

Outras decisões, que pareciam à partida mais complicadas de manter têm persistido. A televisão que ornamenta o centro da sala continua desligada. Não digo que não se consuma televisão, na forma de Youtube ou algumas séries, mas nunca mais perdemos as noites a vegetar em frente à televisão.

Ao nível da frugalidade, tudo corre com altos e baixos. Se nuns meses fazemos as escolhas mais inteligentes com as despesas, noutros cedemos à preguiça mental. No entanto, as nossas despesas mensais reduziram e temos mantido o objectivo de ir reduzindo os emprestimos.

Ainda falta algum caminho pela frente. Mas por agora, tenho a certeza que estou no caminho certo.

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