08 setembro 2013

Ser minimalista é ser pobre ?


Algumas semanas atrás falava com uma pessoa sobre as minhas aventuras com o minimalismo e apercebi-me de que existe alguma confusão sobre o que é ser minimalista, quando esta pessoa me pergunta se não deveria ter coisas mais baratas.

O meu amigo assumiu que ser minimalista é viver a gastar o mínimo possível. Algo como: não devias ter um carro mais barato a cair de podre? E um computador mais barato todo arrebentado? E um telemóvel daqueles de 20 euros ?

Para o meu amigo, ser minimalista era viver com o mínimo possível, inclusive o dinheiro.

A minha forma de ver o minimalismo é diferente, embora partilhe com ele alguma razão. Ser minimalista não implica ser pobre (embora não esteja muito longe disso, por alguns padrões da sociedade), seja por escolha ou opção.

Eu tento viver com o essencial, mas o pouco que tenho, tento que seja o melhor possível. Comprar barato acaba por sair caro a longo prazo e raramente compensa. Uns bons sapatos são caros, mas duram muito mais do que qualquer sapato barato e com certeza serão melhores de usar.

Uma camisa boa é cara (falando de qualidade e não da marca) mas dura. Não perde a cor ao fim de 10 lavagens e vai para o lixo ao fim de 30 lavagens porque já está a ficar rota.

Tenho vários objectos assim, que talvez tenham sido caros mas que ainda hoje são os objectos do meu dia-a-dia. Aquele que mais facilmente me lembro é a minha mala do dia-a-dia. Durante o meu tempo de universidade tive várias malas para levar o portátil, livros e cadernos, mas todos os anos acabava sempre por comprar uma nova. Malas de 30 euros que ao fim de 1 mês já apresentavam desgaste e ao fim de 1 ano já não funcionavam os fechos e pareciam ter sido atropeladas. 
 
Aproveitando uns saldos, decidi-me um dia a comprar uma mala de que gostava bastante, em pele. Na altura era imensamente cara para mim, estudante com um emprego a ganhar pouco e sem conseguir poupar muito. Com uns saldos consegui comprar por cerca de 200 euros a mala. 
 
Comparado com as outras era cara, mas a verdade é que não voltei a comprar outra e é a minha mala do dia-a-dia nos ultimos 10 anos.
 
Sigo a mesma ideia com a minha roupa, acessórios e com o meu material de trabalho (um computador). Tento comprar o melhor possível, sempre ao melhor preço. Tento viver com o essencial, com o mínimo possível, mas com o melhor possível.

Não, ser minimalista não é ser necessáriamente pobre.

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